Ator de Nosso Lar 2 fala sobre gravações


Fonte: Jornal Diário Gaúcho
Flávia Requião

Uma vida dedicada à arte e à espiritualidade. Renato Prieto, o André Luiz do filme "Nosso Lar (2010), consegue reger sua trajetória nesta sincronia — e com tamanha maestria que o seu sucesso ultrapassa as fronteiras do Brasil.

Jornal — Como está sendo trabalhar como diretor de O Semeador de Estrelas?

Renato — Eu já estive com eles (elenco) outras vezes. Estão prontos, são estudiosos. É um projeto de sucesso. Já foi visto em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Ganha nova roupagem com o gancho dos 90 anos do Divaldo.


Jornal — O que mais vem aí entre os teus projetos para 2017?

Renato — Em setembro, devo ir a Miami, Orlando, Boston e Nova York. Na semana que vem, estou em São Paulo para filmar o documentário No Meio de Nós. Volto ao Rio para ensaiar 2 A Morte É Uma Piada 2, com estreia para abril. Em seguida, divulgo o filme A Menina Índigo, com estreia para maio. E estou fazendo reuniões para protagonizar um seriado em um canal fechado. Entre junho e julho, começam as filmagens de Nosso Lar 2 — Os Mensageiros(do livro Os Mensageiros, psicografado por Chico Xavier, ditado pelo espírito de André Luiz).

Jornal — Como foi fazer André Luiz em Nosso Lar (várias obras psicografadas por Chico foram ditadas por este espírito)?

Renato — Quando vi o tamanho da responsabilidade, me dei conta de que deveria ficar absolutamente focado. Durante as filmagens, me isolava estudando os textos. Tive de emagrecer quase 18kg para algumas cenas. É uma honra. Fiz com um amor muito grande.

Jornal — Mexeu contigo?

Renato — Eu me sentia o tempo todo protegido, com a sensação de que alguém zelava por mim, do ponto de vista espiritual.

Jornal — Teus trabalhos têm temática espírita, e tu te identificas com a doutrina?

Renato — Sou espírita desde menino. Quanto mais eu puder ajudar as pessoas a viver melhor, por intermédio da minha profissão, mais farei. O melhor lugar é sempre de quem ajuda.



Jornal — Tiveste uma passagem pela tevê...

Renato — Sim, na Globo, fiz Caso Verdade (série no ar de 1982 a 1986), Sinhá Moça (1986) e, na Manchete, Corpo Santo (1987). Mas eu me identifico mais com a pontualidade e a disciplina do teatro e do cinema.

Jornal — Como é a tua relação com o público?

Renato — Sempre procuro participar de debates, eventos sociais e, assim, fui criando uma relação de simpatia. Com o Nosso Lar, as pessoas apontavam para mim nas ruas se referindo ao André Luiz. O filme fixou o meu nome, me firmou.

Jornal — Hoje, és um Renato diferente?

Renato — Não tenho a menor dúvida! Aprendi a relaxar, mas sem perder a responsabilidade, e aprendi a não oferecer resistência ao que é. Minha gratidão aumentou também muito.

Jornal — Tiveste contato com o Chico Xavier (o médium morreu em 2002 e ficou conhecido por seu trabalho de caridade e pelos livros espíritas que psicografou)? 



Renato — A última vez que eu estive com ele foi na comemoração dos 90 anos de Uberaba (Minas Gerais). No melhor teatro da cidade, fiz, gratuitamente, o espetáculo E a Vida Continua. Conversamos muito. Defino Chico Xavier assim: um homem chamado amor. Era muito carinhoso e sempre queria saber dos novos projetos. Me sinto honrado dos seus conselhos e das nossas conversas sempre tão amorosas, cheias de ensinamentos e humor. Ele me incentivava a continuar. Uma vez, me disse: "Você só vai entender o que está fazendo, divulgando estas belas histórias, falando sobre espiritualidade, quando desencarnar. Então, continue". E ainda me falava: "Aquilo que é seu, nem precisa procurar. Porque o que é seu vai te achar".
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